Um trabalho desenvolvido na Estação Experimental de Biologia da Universidade de Brasília criou uma variedade de mandioca que dá entre 20 kg e 24 kg por planta, cerca de oito vezes mais do que as espécies comuns. Cultivada com os mesmos insumos das outras, as mudas da Quimera II devem ser distribuídas a pequenos agricultores. “Sempre trabalhei em prol do cultivo familiar e acredito que isso pode trazer muitos ganhos para quem vive desse plantio”, explica Nagib Nassar, professor emérito da UnB e pesquisador da mandioca há 48 anos.
No caso da variedade comumente encontrada, o espaço entre as mudas deve ser de um metro, para que não haja interferência entre elas. A Quimera II necessita do dobro de espaço e de tempo até atingir o ponto de colheita, mas pode revolucionar a área por apresentar melhor custo-benefício. “Imagina o quanto não ganharia uma família que vive dessa subsistência?”, questiona o professor.
Os nutrientes da Quimera II, resultado de enxertos entre diferentes tipos de mandioca, são semelhantes aos da planta comum. Cada exemplar atinge dois metros de altura, no entanto, as raízes ficam na horizontal e a cerca de 20 cm do solo, o que torna fácil a extração do tubérculo.
Segundo o professor, a Quimera II deu tão certo que ele acabou distribuindo algumas mudas para agricultores de Planaltina e também recebeu demanda de transferência de técnica por parte de uma pesquisadora de Gana, na África. “Essa mandioca – que leva o nome da UnB, antes de levar o meu – pode trazer grandes impactos para as sociedades em que a planta seja base da alimentação”, finaliza Nagib.
Da Redação, com informações UnB Ciência.